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A crónica dos tempos

Domingo, 17.03.24

Stefan Zweig escritor austríaco de origem judaica, após ter fugido da sua pátria amada quando se iniciou a Segunda Guerra Mundial, primeiro para a Inglaterra, depois para os EUA e finalmente no Brasil, onde se viria a suicidar com a sua mulher tomando ambos uma dose de veronal a 23 de fevereiro de 1942. Zweig não resistiu ao desgosto de ser um apátrida e escreveu isto:

"Não pretenso a sítio nenhum e em toda a parte sou um forasteiro, na melhor das hipóteses um convidado. A Europa, a pátria escolhida pelo meu coração, está perdida para mim, uma vez qque se dividiu de modo suicida uma segunda vez ( a outra vez foi a Primeira Guerra Mundial 1914-1918) numa guerra entre irmãos. Contra minha vontade, testemunhei a mais terrível derrota da razão e o mais selvagem triunfo da brutalidade na crónica dos tempos."

Como é actual este texto. Como estamos novamente no limiar de mais uma terrível derrota da razão. Como é possível que no século XXI ainda haja quem pense que pode ser dono da Europa. De facto é imensa a loucura do ser humano.

 

 

Só aquele que foi obrigado a viver numa época em que a guerra , a violência e a tirania das ideologias que ameaçavam o futuro de cada um e, nela, a sua essência mais preciosa, a liberdade individual, sabe quanta coragem, rectidão e energia são precisas para se manter fiel ao seu eu mais profundo.

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publicado por Folhasdeluar às 07:05

Carta aos europeus - A Terceira Guerra Mundial - primeira parte

Segunda-feira, 19.02.24

Caros europeus,

Nesta carta vou mostrar como começou a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), para além disso proponho que façam o seguinte exercício: onde está Hitler leiam Putin e verifiquem por vós as semelhanças e como estamos a caminhar para a Terceira Guerra Mundial. Dois princípios já aconteceram: Putin anexou a Crimeia e diz que nunca atacará os países da NATO, também Hitler garantiu a Chamberlain que não atacaria mais nenhum país depois de em 1938 ter anexado a Áustria. Depois da Áustria Hitler invadiu a Polónia, quando garantiu que queria a paz. Já Putin depois da Crimeia invadiu a Ucrânia, que Putin tinha garantido que nunca atacaria. Mas vamos aos factos:

A pouco e pouco, a inquietação ia alastrando por toda a Europa. O horizonte político tornou-se sombrio a partir do momento em que Hitler atacou a Áustria, e os mesmos que em Inglaterra lhe tinham aberto secretamente o caminho, na esperança de assim comprarem a paz para o seu próprio país, começavam agora a ficar apreensivos. De 1938 em diante, por toda a Europa, não havia conversa que, por muito diferente que começasse a ser o assunto, não viesse  a desembocar na questão de saber se a guerra poderia ainda ser evitada, ou pelo menos adiada, e de que maneira.[...] Chamberlain fora a Godesberg, para, sem reservas, conceder a Hitler tudo o que este já lhe havia exigido anteriormente em Berchtesgarden. Mas aquilo que parecera suficiente a Hitler algumas semanas antes. agora já não satisfazia a sua histérica ânsia de poder. A Inglaterra, a França, a Checoslováquia, a Europa só tinham dois caminhos: humilhar-se frente à peremptória sede de poder de Hitler ou cortar-lhe o caminho de armas na mão. A Inglaterra parecia estar disposta a tudo. Os preparativos militares já não eram mantidos em segredo, pelo contrário, eram feitos às claras e ostensivamente.

 (Continua)

Créditos - Stefan Zweig - O Mundo de Ontem

P.S. - No momento em que estou a escrever este post, vejo que Putin mandou matar Alexei Navalny, mais uma prova que Putin não hesita em eliminar quem lhe faz frente. Já nem procura disfarçar o seu ódio a quem defende a democracia.

 

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publicado por Folhasdeluar às 07:21





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