Ecce Homo
A água sabe sempre o caminho.
Os pressentimentos
Os pressentimentos são os mergulhos que a alma dá na vida.
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A estupidez é perigosa
Não é o Chega que é perigoso...perigosa é a estupidez das pessoas que votam nele....
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A justa medida da riqueza
Que importa o que temos no cofre, ou nos celeiros, quantos bens ou quanto capital a juros, se fizermos as contas não ao que possuímos, mas ao que queremos possuir? A justa medida da riqueza é, primeiro: aquilo que é necessário; segundo: aquilo que é suficiente!
Séneca
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"Filosofar é aprender a morrer?
"Filosofar é aprender a morrer?". Toda a gente teme a morte, contudo é precisamente a ela que não devemos temer. A morte é apenas a rendição pacífica do corpo, não nos preocupemos com ela. O desafio mais difícil que enfrentamos é o de viver. Viver requer atenção, preocupação e pode até ser doloroso. Já morrer é apenas o abandonar o corpo à bem aventurança do fim. Quer isto dizer que devemos morrer ou precipitar a morte? Não! Quer dizer que não devemos pensar nela, excepto quando chegar a nossa hora.
Montaigne que passou por um estado de morte vida em consequência de um acidente de cavalo escreveu:
Se não souberes morrer, não te preocupes, a natureza dir-te-á o que fazer na altura. Ela desempenhará esse papel perfeitamente por ti; não te incomodes com isso.
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A crónica dos tempos
Stefan Zweig escritor austríaco de origem judaica, após ter fugido da sua pátria amada quando se iniciou a Segunda Guerra Mundial, primeiro para a Inglaterra, depois para os EUA e finalmente no Brasil, onde se viria a suicidar com a sua mulher tomando ambos uma dose de veronal a 23 de fevereiro de 1942. Zweig não resistiu ao desgosto de ser um apátrida e escreveu isto:
"Não pretenso a sítio nenhum e em toda a parte sou um forasteiro, na melhor das hipóteses um convidado. A Europa, a pátria escolhida pelo meu coração, está perdida para mim, uma vez qque se dividiu de modo suicida uma segunda vez ( a outra vez foi a Primeira Guerra Mundial 1914-1918) numa guerra entre irmãos. Contra minha vontade, testemunhei a mais terrível derrota da razão e o mais selvagem triunfo da brutalidade na crónica dos tempos."
Como é actual este texto. Como estamos novamente no limiar de mais uma terrível derrota da razão. Como é possível que no século XXI ainda haja quem pense que pode ser dono da Europa. De facto é imensa a loucura do ser humano.
Só aquele que foi obrigado a viver numa época em que a guerra , a violência e a tirania das ideologias que ameaçavam o futuro de cada um e, nela, a sua essência mais preciosa, a liberdade individual, sabe quanta coragem, rectidão e energia são precisas para se manter fiel ao seu eu mais profundo.
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Da tolerância
A tolerância que muitas vezes se nota e se elogia nos grandes homens é sempre resultado do mais profundo desprezo pelo resto da humanidade: quando um grande espírito se compenetra deste desprezo, deixa de considerar os homens como seus semelhantes. Usa então para com eles a mesma tolerância que tem para com os outros animais, aos quais não temos que censurar o facto de não possuírem razão, nem a bestialidade.
Schopenhauer
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Só sei que nada sei e mesmo sobre isso tenho dúvidas.
Hoje vamos falar do pirronismo céptico. O pirronismo céptico foi criado pelo filósofo grego Pirro em 275 a.C., foi depois desenvolvido por Sexto Empírico no século II d.C., e representa uma forma de terapia.
O segredo desta filosofia é a revelação de que não precisamos de levar nada a sério na vida. O pirronismo nem a si mesmo se leva a sério, esta filosofia está condensada na célebre frase se Sócrates: «Só sei que nada sei» ao que o pirronismo acrescenta:«e mesmo sobre isso tenho dúvidas». Os pirronistas lidam com todos os problemas que a vida lhes apresenta através de uma única palavra: epokhe, em grego e que significa« suspendo o meu juízo». Epokhe funciona como um desses Koans confusos do budismo zen: noções breves e enigmáticas, ou questões irrespondíveis como «qual é o som de uma mão a bater palmas?» A princípio, estas afirmações só provocam perplexidade. mais tarde abrem caminho a uma sabedoria universal. O truque de epokhe liberta-nos da necessidade de encontrar uma resposta definitiva para o que quer que seja. O pirronista sabe que não pode saber determinada resposta para uma questão, como por exemplo« o número de grãos de areia do Saara é par ou ímpar?» como não pode responder e sabe que isso não lhe interessa, também não fica incomodado. Mas há outras questões: é justo mentir a uma pessoa para que esta se sinta melhor? resposta: epokhe. O amor torna-nos felizes? Epokhe. O teu gato é mais bonito que o meu? Epokhe. Os pirronistas gostam de defender pontos de vista impopulares simplesmente por diversão. Como escreveu Montaigne:
Se postularmos que a neve é preta, eles arguirão que é branca. Se dissermos que não é uma coisa nem outra eles dirão que é ambas. Se dissermos que nada sabemos acerca de determinado assunto, eles arguirão que sabemos. Se lhes assegurarmos através de um axioma taxativo que temos dúvidas sobre isso, eles argumentarão que não temos ou que não conseguimos provar que temos.
Depois disto se lhe dermos um soco, provavelmente não ficariam incomodados, uma vez que não os incomoda a ideia de alguém se zangar com eles e também não se incomodariam com a dor física. Quem poderá garantir que a dor é pior que o prazer? E se algo os matar? É melhor viver do que morrer?
»Ave, tranquilidade céptica».
Créditos - Sarah Bakewell - A Vida de Montaigne
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De saber viver a vida
É uma perfeição absoluta e praticamente divino sabermos como desfrutar da nossa existência da maneira certa. Buscamos outras condições por não sabermos como utilizar a nossa, e vamos para fora de nós mesmos por desconhecermos o nosso interior. Contudo, de nada vale montarmo-nos em andas, porque mesmo em andas teremos que caminhar com as nossas pernas. E no trono mais sumptuoso do mundo continuamos assentes no nosso próprio traseiro.
Montaigne
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Da vida e da morte
Não vale a pena temer a morte, já que não é difícil morrer. O verdadeiramente difícil é viver bem a vida.
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Do gosto pela vida
O que torna tão agradável a companhia do meu cão, é a transparência do seu ser. O meu cão é transparente como o vidro. Se não existissem cães, não gostaria de viver.
Schopenhauer