Ecce Homo
"Sinto uma dificuldade de ser" - Fontenelle
Apenas a natureza é verdadeira
Apenas a natureza é verdadeira. Apenas na natureza a destruição é legitima. O homem imitando as grandes catástrofes da natureza, resolveu inventar a sua própria destruição através da guerra. Mas quando a contabilidade estiver fechada. Quando todos os cadáveres apodrecerem, os carrascos ficarão face a face com eles, vivendo no seu castelo de horrores. Ficarão sós perante um universo implacável e gelado, até descobrirem que não podem congelar o sol. Que o incêndio do mundo é impossível e que os seus crimes serão definitivamente pagos com a sua vida.
Autoria e outros dados (tags, etc)
A natureza não precisa do homem...
A natureza não precisa do homem...é por isso que ele se esforça por a destruir...
Autoria e outros dados (tags, etc)
No tempo em que os homens usavam chapéu
Havia um certo romantismo no tempo em que os homens usavam chapéu e delicadamente o tiravam,(ou faziam o gesto) para cumprimentar as senhoras quando com elas se cruzavam. Hoje os homens já não usam chapéu e muito menos cumprimentam as senhoras.
Autoria e outros dados (tags, etc)
Os militares são absolutamente imprescindíveis
Os militares são absolutamente imprescindíveis...excepto em caso de guerra...
Autoria e outros dados (tags, etc)
Crónica de sábado
Já passei dos cinquenta. Quer isto dizer que a morte não fará longo caminho para vir ter comigo. A comédia vai muito avançada. Restam-me para dizer poucas réplicas. Sempre tive os cabelos, os dentes e os pêlos da barba implantados em diversos sentidos. E assim devo ter os nervos e toda a alma. É o que me faz insolúvel às pessoas só num sentido implantadas e incapazes de conceber um tufo de cabelo embaraçado. Esta desordem orgânica só me salvaguarda por afastar de mim os desatentos. E disto também tiro alguma vantagem. Concede-me diversidade, contraste, uma velocidade a inclinar-me, quer para um lado, quer para o outro, de acordo com este ou aquele objecto que me solicita a possibilidade de voltar a pôr-me direito. É verdade que faz o meu dogma obscuro, a minha causa difícil de entender.
Estou sozinho num hotel. Estou sozinho numa enfadonha solidão. Que adoro. Os hotéis não passam de um objecto insonso. Um receptáculo da sociedade. Uma amostra de um mundo absurdo que desconhece a existência da boa educação. Com crianças que galopam entre as mesas e outras que berram por tudo e por nada. Gosto de crianças mas longe dos hotéis e restaurantes. Normalmente nos hotéis não se troca palavras com ninguém. Esta gente mal tem o hábito da palavra. Serve-se apenas da boca para comer. Mesmo assim, cá está o sol a mostrar-se e a pintalgar o nosso bonito mundo.
Créditos - inspirado em Jean Cocteau - A Dificuldade de Ser
Autoria e outros dados (tags, etc)
A sabedoria do Tao
Em vez do espelho que tudo reflete, sejamos a janela que deixa entrar a luz.
Autoria e outros dados (tags, etc)
A gratidão
A gratidão é como um medicamento que cura a alma, e não tem contra-indicações nem prazo de validade, por isso:
Agradece à vida, porque cada dia é um milagre.
Agradece ao instante, porque é só isso que tens.
Agradece ao que chega a ti, porque é um dom.
Agradece ao que te abandona, porque cumpriu o seu trabalho.
Agradece ao Universo, porque fazes parte dele.
Por fim sê grato por despertares para a gratidão.
Créditos - inspirado no livro - O Monge que Amava Gatos
Autoria e outros dados (tags, etc)
A sabedoria do Tao
Quem se pôe me bicos de pés não fica firme
Quem abre muito as pernas não anda
Quem se exibe não brilha
Quem se acha sempre certo não se evidencia
Quem é arrogante não tem mérito
Quem se gaba não perdura.
Explicação:
A inversão polar entre opostos faz com que quem tente atingir um extremo, depressa se encontre no seu oposto. Por isso todos os excessos se transformam em perda. Quem é sábio evita sempre os exageros, porque eles são sempre «escorregadios».
Autoria e outros dados (tags, etc)
Mantém-te límpido como a água do rio
Mantém-te límpido como a água do rio
não deixes que um mau momento
te tire a serenidade e a paz
Sê grato por tudo o que te acontecer.
Créditos - inspirado no livro O Monge que Amava Gatos
Autoria e outros dados (tags, etc)
Não gosto de festas de anos, nem de funerais
Não gosto de festas de anos, nem de funerais. Depois de adulto, nunca gostei de festejar o meu aniversário, assim como não vou gostar de ir ao meu funeral. Mas é como diz o "outro": «`as vezes tem que ser.»